segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Reflexões entre pontes artístico/educativas - Brasil e Finlândia




Rio Kemijoki, começando a congelar - Rovaniemi, Finlândia, novembro de 2013


O frio
o gelo 
o som 
o silêncio das árvores
caminhadas
por entre caminhos brancos
calando 
contando
revelando
importâncias
desvelando
velas acesas
dias-noite
noites-dia
do claro ao escuro
da dor ao riso
eu encontro
todas as palavras nascendo
com toda força e fúria
de como quando 
eu por elas
era devorada...
Das tantas vozes dialogadas no trajeto
delas eu revejo os passos
que vão sendo impressos
os registros que devem ser realizados
o que ainda está por nascer
o que está ainda por entregar
estou bem perto
da mirada
do momento exato 
em que eu não deixo de lado
o designare...
Na mesma tranquilidade que olho para a neve
olho para tudo à volta
as experiências
hão de valer a pena
todo sacrifício...
Estou aqui tão longe 
e ao mesmo tempo me sentindo tão perto
de onde meu coração mora,
de onde o tempo se torna mais congelado que o rio Kemijoki no inverno,
pois a memória viva
não deixa esquecer
traços
riscos que fizeram
grandes efeitos 
e marcaram para sempre minha alma.
Saudade - palavra
saudade
saúda a idade, o tempo que deve ser, estar, vir...



Depois de algumas semanas em Rovaniemi, Finlândia, eu agora repenso sobre minha investigação e minhas experiências profissionais.


University of Lapland - Rovaniemi, Finlândia

O Designare, presente como necessidade de traçar uma representação que produza significado, além dos territórios demarcados de teorias e práticas.
Há tantas diferenças entre a arte/educação finlandesa e a brasileira...
Mas aqui eu também encontrei semelhanças...
Parece-me que o mundo está em um movimento de diminuição da carga horária obrigatória de Artes. 
Na Finlândia, os estudantes só tem Artes até o 7º ano, depois é optativa. A justificativa neoliberal de que há outras questões importantes para os estudantes aprenderem, principalmente devido a necessidade que as empresas detêm diante das novas perspectivas da economia mundial. Enfim, a desculpa agora é a crise.
No Brasil, posso mencionar que na Bahia, o estado cortou a obrigatoriedade do ensino de Arte nos 2ºs e 3ºs anos do Ensino Médio. 
Fico me perguntando, será que a sociedade está tendo uma espécie de Alzheimer sobre as Artes nas escolas? Estão esquecendo do quão importante é para os indivíduos entrarem em contato e desenvolverem sua criatividade, sua expressividade, seus domínios motores e lógicos???
Que pontes podemos construir?

Nenhum comentário: